Pessoas portadoras de diabetes enfrentaram desafios durante a pandemia da Covid-19
De acordo com pesquisa inédita realizada com 1.701 brasileiros que possuem diabetes, foi mostrado que 59,5% dos entrevistados reduziram as atividades físicas durante a pandemia da Covid-19. Além disso, 44,8% deles representam uma queda elevada.
Publicada no dia 29 de julho de 2020 no periódico Diabetes Research and Clinical Practice, a pesquisa foi feita de forma on-line, entre os dias 22 de abril e 4 de maio do ano passado, investigando as alterações no dia a dia, controle da doença, alimentação, atividade física, serviços de saúde e acesso a medicamentos. O estudo foi coordenado pelo vice-presidente da Federação Internacional de Diabetes (IDF) e membro do Departamento de Educação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Outros dados informados
A pesquisa ainda traz outros dados, como: 59,4% mostraram variação glicêmica em comparação ao período anterior à pandemia; 8% notaram hipoglicemia; 20%, hiperglicemia; e 31,2%, grande variabilidade. Outros pontos observados foram que 29,8% tiveram crescimento na ingestão de alimentos; 48,8%, crescimento no tempo em frente à televisão; e 53,5%, aumento no tempo conectado à internet.
Além disso, 78,6% dos entrevistados deixaram de realizar suas consultas regulares; 38,4% adiaram as consultas médicas; e 40,2% não realizaram agendamento desde o começo da pandemia. No levantamento, também foi constatado de 64,5% receberam medicamentos e suprimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS); 49,9% precisaram sair de suas residências para conseguir medicação; 44,3% disseram ter familiares ou amigos para pegar a medicação para eles; e, finalmente, 6% apontaram ter deixado de pegar os medicamentos por receio de sair e por não possuir acesso a serviços de entrega, ficando, portanto, sem o tratamento.
Variações glicêmicas
A pesquisa mostrou alguns desafios enfrentados durante a quarentena. Cerca de 60% dos entrevistados apresentaram variações glicêmicas relevantes durante o período. Importante ressaltar que os reflexos da pandemia nesse grupo de pessoas é preocupante uma vez que alterações glicêmicas possuem consequências, como complicações crônicas, interferindo diretamente no bem-estar dessas pessoas.
O questionário contou com 60,7% dos participantes possuindo diabetes mellitus tipo 1 e 30,7% diabetes mellitus tipo 2. Entre eles, 61,2% disseram ser usuários do SUS, exclusiva ou parcialmente. Além disso, conscientes de serem do grupo de risco, 95% alegaram ter realizado o isolamento social necessário; e 27% não saíram de suas casas após a pandemia iniciar. Outro dado importante é que 91,5% dos entrevistados continuaram monitorando a glicemia de suas casas. A pesquisa foi respondida, principalmente, por mulheres (75,5%), contando com participantes, em sua maioria, entre 18 e 50 anos (70,7%).
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