O Brocophanus® é um ativo fitonutricional manipulado que combina extratos de brócolis (Brassica oleracea) e rabanete-negro (Raphanus sativus niger), padronizados para entregar sulforafano (composto bioativo típico de brotos de brócolis) junto com mirosinase (enzima que ajuda o organismo a formar sulforafano a partir da glucorafanina). Ele é estudado como coadjuvante para aliviar sintomas comportamentais do autismo, graças à sua ação antioxidante, anti-inflamatória e de ativação da via Nrf2, um “interruptor” celular ligado a mecanismos de defesa e detoxificação.
Importante: Brocophanus® não é tratamento único do TEA, não substitui intervenções comportamentais/terapias e deve ser usado com orientação profissional.

Por que olhar para o sulforafano no TEA?
Pessoas no espectro autista frequentemente apresentam estresse oxidativo elevado, inflamação e alterações de resposta celular ao estresse. O sulforafano, presente em brotos de brócolis, ativa a via Nrf2 e pode aumentar enzimas de defesa do organismo, contribuindo para melhor equilíbrio oxidativo e metabólico. Estudos clínicos pequenos, porém relevantes, já observaram melhora em irritabilidade, interação social e comportamentos repetitivos durante o uso de sulforafano, embora os efeitos tendam a regredir após a suspensão.
- Ensaio clínico randomizado (PNAS, 2014): 44 adolescentes e adultos jovens com TEA receberam sulforafano por 18 semanas; observou-se melhora clínica em escalas de comportamento, reversível após interrupção. É um estudo promissor, mas pequeno e exige confirmação em amostras maiores.
- Revisões/estudos subsequentes: consolidam interesse no composto e exploram formulações com broto/semente de brócolis; ainda assim, a literatura destaca a necessidade de mais pesquisas para padronizar doses, duração e perfis de resposta.
Como o Brocophanus® atua?
- Ativa Nrf2 → estimula genes e enzimas de defesa antioxidante e detoxificação (fase II), ajudando as células a lidarem melhor com o estresse.
- Reduz estresse oxidativo e inflamação → equilíbrio que, indiretamente, pode refletir em comportamento, foco e interação em alguns indivíduos.
- Efeito “resposta ao calor” (observado com sulforafano) → mecanismo que lembra a melhora transitória de alguns sintomas durante febre em parte das pessoas com TEA (hipótese biológica por trás do ensaio clínico).
Para quem pode ser indicado (sempre com avaliação)
- Crianças, adolescentes e adultos com TEA, como coadjuvante às terapias comportamentais e acompanhamento médico.
- Famílias e profissionais que buscam estratégias nutricionais com bom racional antioxidante/metabólico.
- Perfis com sensibilidade a suplementos devem conversar com o profissional sobre ajustes e monitoramento.
Atenção: respostas são individuais — algumas pessoas relatam benefícios claros; outras, pouco ou nenhum efeito. É essencial acompanhamento.

Composição e padronização
- Brocophanus® (100 mg): extratos de brócolis e rabanete-negro com sulforafano 1% e mirosinase 0,5% .
O que dizem os estudos
Há evidências clínicas iniciais sugerindo benefícios comportamentais do sulforafano no TEA durante o uso, com reversão após parar.
Singh et al. (2014): Estudo duplo-cego com crianças com TEA demonstrou melhora significativa em comportamento, comunicação e interação social com uso diário de sulforafano.
Lynch et al. (2017): Estudos de acompanhamento com percepções positivas por parte de familiares e cuidadores.
Schepici et al. (2020): Eficácia do sulforafano em doenças neurodegenerativas, com destaque para sua ação antioxidante e anti-inflamatória.
Posologia: como geralmente é usado
A posologia deve ser definida pelo profissional de saúde. Em materiais de referência de farmácias manipuladoras, encontram-se orientações gerais como:
- Adultos: 100 mg, duas vezes ao dia.
- Crianças com TEA (a partir de ~3 anos): protocolos sugerem 200 mg, duas vezes ao dia, com ajustes por peso (p.ex., +30 mg/kg acima de 12 kg) sem ultrapassar 1 g/dia. Esses números são referenciais e não substituem avaliação individual.
Reforce sempre: não inicie, ajuste ou mantenha uso em crianças sem orientação do pediatra/neuropediatra.
Segurança, efeitos e cuidados
- Tolerabilidade: em geral, o sulforafano é bem tolerado; possíveis desconfortos gastrointestinais leves podem ocorrer em pessoas sensíveis. Acompanhe sinais como náuseas, gases, alterações do hábito intestinal.
- Interações: por modular enzimas de detoxificação, sulforafano pode teoricamente interferir no metabolismo de fármacos. Informe ao médico todas as medicações, especialmente antiepilépticos, psicotrópicos e outros de janela estreita. (Prudência clínica.)
- Contraindicações relativas: gestantes, lactantes, pessoas com hipersensibilidade a Brassicaceae (brócolis, rabanete) — avaliar caso a caso.
Perguntas frequentes
1) Quanto tempo até notar algo?
Nos estudos, sinais comportamentais foram observados após algumas semanas de uso contínuo; a resposta é individual e requer monitoramento.
2) Posso usar sozinho, sem terapias?
Não. O melhor resultado costuma vir do conjunto: terapias comportamentais, acompanhamento multiprofissional, sono, nutrição, atividade física e, quando indicado, suplementação.
3) Precisa de receita?
O Brocophanus® é manipulado, não precisa de receita médica, mas sempre oriente-se com um profissional da área.
Como integrar na rotina (dicas práticas)
- Tome nos mesmos horários (manhã/noite) para criar regularidade.
- Anote observações semanais (sono, irritabilidade, foco, interação, alimentação), para discutir com a equipe clínica.
- Combine a rotina de uso com hábitos de sono e alimentação que favoreçam o equilíbrio metabólico.
Conclusão
O Brocophanus® oferece uma estratégia coadjuvante com bom racional biológico (via Nrf2/sulforafano) e sinais clínicos iniciais de benefício em sintomas comportamentais no TEA. Na prática, ele pode ser considerado dentro de um plano individualizado, sempre com acompanhamento profissional, metas realistas e avaliação contínua de benefício/segurança.
Se desejar entender se faz sentido para seu caso, nossa equipe na Farmácia Sempre Viva está pronta para orientar e, em conjunto com o seu profissional de saúde, personalizar a manipulação.
Referências Bibliográficas
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