A projeção é que, em 2100, o país tenha mais de 60 milhões de idosos
Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pelo portal da CNN, a população do país será composta por 40,3% de idosos nos próximos 90 anos. O objetivo da pesquisa é contribuir para as investigações de contextos macroeconômicos e previdenciários em longo prazo no Brasil, baseando-se em projeções populacionais entre 2010 e 2100.
A análise evidenciou que, em 2010, os idosos eram responsáveis por 7,3% da população do país (cerca de, 14 milhões de cidadãos acima dos 60 anos). Para o ano 2100, a projeção é de que o Brasil ultrapasse a marca dos 60 milhões de idosos, superior aos 40% de todas as pessoas. Já a quantidade de pessoas com menos de 15 anos deve retroceder de 24,7% para 9%.
“A população vai sofrer um envelhecimento muito grande nas próximas décadas, é um cenário irreversível. O levantamento considera cenários distintos para a realidade populacional do país e, em todos eles, é evidente o processo de envelhecimento populacional. Isso indica que, independentemente das hipóteses adotadas, a mudança da estrutura etária no país é inevitável”, explica a pesquisadora do estudo.
Segundo a pesquisadora, o envelhecimento dos brasileiros está associado à menor taxa de fecundidade entre as pessoas nos últimos anos. A colocação da mulher no mercado de trabalho, o planejamento familiar mais extenso e a maternidade tardia são alguns dos motivos para isso.
“Esse envelhecimento populacional vai afetar muito o mercado de trabalho, a previdência, o sistema de saúde. Já sabendo do movimento etário no país, o que podemos afirmar é que a principal solução para o Brasil é o investimento em educação. O ensino e a escolarização dos jovens é o ponto-chave. E precisamos fazer isso enquanto ainda temos uma grande população ativa”, comenta.
Reflexo econômico do envelhecimento da população pode ser adiado
Ressaltando aspectos sobre beleza e envelhecimento, consoante o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo portal CNN, a taxa de fecundidade vem retrocedendo no país, isto é, as mulheres estão tendo menos filhos. Nos últimos anos, o número já retrocedeu, em média, de 6,16 filhos por mulher (1940) para 1,76 filho (2020). Ressalta-se, ainda, que as mulheres brasileiras estão sendo mães cada vez mais tarde. De 2000 para 2020, a proporção de nascimentos caiu de 76,1% para 62,1% dentre as mulheres com menos de 30 anos e registros de mães com idade acima de 30 anos aumentou de 24,0% para 37,9%.
Acerca da gravidez na adolescência, o presidente do IBGE, em entrevista à CNN, explicou a “transição de adiamento”. “Isso significa que várias mulheres estão completando o ciclo reprodutivo sem terem filhos. E as que têm filhos, seja um ou dois, iniciam a reprodução depois dos 30 anos”, afirma. Ou seja, a gravidez na adolescência está retraindo no país. “O índice era de 21,6% em 2000, e já está em 13,4% em 2020, de acordo com os registros de nascimento. Ainda é uma questão social, mas quantitativamente está mais fácil fazer política pública para esse público-alvo”, salienta.