Introdução
A esteatose hepática, popularmente conhecida como gordura no fígado, é um problema de saúde que tem crescido junto com os índices de obesidade e sobrepeso no Brasil e no mundo. Essa condição, quando não relacionada ao consumo de álcool, é chamada de esteatose hepática não alcoólica (EHNA) e pode evoluir para inflamações, fibrose hepática e até cirrose, caso não seja tratada adequadamente.
Em meio à busca por alternativas eficazes e seguras, os compostos naturais vêm se destacando. Um exemplo promissor é o urucum, planta amazônica tradicionalmente usada na culinária e medicina popular, mas que agora ganha destaque científico por seus efeitos hepatoprotetores.
O que é o urucum?
O urucum (Bixa orellana) é uma planta nativa da América do Sul, facilmente reconhecida por suas sementes vermelhas intensas. Tradicionalmente utilizado como corante natural, ele também é rico em carotenoides, especialmente bixina e norbixina, compostos com propriedades antioxidantes potentes.
Além disso, o urucum possui tocotrienóis, uma forma de vitamina E presente principalmente no extrato das sementes. Esses compostos têm sido amplamente estudados por sua capacidade de atuar na regulação do metabolismo lipídico, inflamação e resistência à insulina — pontos-chave no tratamento da esteatose hepática.
Estudos Unicamp
Com o objetivo de explorar esse potencial, pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, em parceria com uma empresa privada, desenvolveram um suplemento — um insumo natural à base de urucum especialmente formulado para atuar na redução da gordura hepática.
Os estudos pré-clínicos demonstraram que o suplemento de urucum reduziu significativamente o acúmulo de gordura no fígado, além de promover efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes que protegem o tecido hepático.
Benefícios do urucum para a saúde do fígado
As pesquisas recentes — incluindo estudos conduzidos pela Unicamp e instituições internacionais — apontam uma série de benefícios relacionados ao uso do extrato de como:
- ✅ Redução da gordura hepática (EHNA): evidenciada em estudos clínicos e pré-clínicos;
- ✅ Melhora dos níveis de colesterol e triglicerídeos;
- ✅ Ação preventiva contra diabetes tipo II, reduzindo resistência à insulina;
- ✅ Atividade antioxidante e anti-inflamatória, contribuindo para a proteção das células hepáticas;
- ✅ Redução de enzimas hepáticas alteradas, como ALT e AST, indicadoras de inflamação.
Esses efeitos posicionam o urucum como uma solução natural promissora na abordagem da saúde hepática. Com base nessas evidências, extratos padronizados como a Bioxina, derivados do urucum e ricos em carotenoides e tocotrienóis, vêm sendo utilizados em formulações manipuladas para auxiliar no controle da esteatose hepática. A Bioxina, por exemplo, concentra os ativos mais relevantes do urucum em formato seco, oferecendo praticidade, estabilidade e boa absorção — características importantes para o uso terapêutico em protocolos individualizados.
Segurança e recomendações de uso
Os testes de toxicidade realizados com o urucum demonstraram perfil seguro para uso oral, sem efeitos adversos relevantes.
Como qualquer suplemento com ação fisiológica, recomenda-se o acompanhamento de um profissional de saúde para definir a dose ideal, especialmente em pacientes com histórico de alterações hepáticas, metabólicas ou que façam uso de medicamentos contínuos.
A Bioxina é um exemplo de extrato padronizado de urucum que pode ser manipulado conforme as orientações clínicas, oferecendo uma alternativa segura e eficaz para quem busca soluções naturais baseadas em evidência científica.
Conclusão
A gordura no fígado é um desafio crescente, mas a ciência tem oferecido novas possibilidades para tratar essa condição com eficiência e naturalidade. O consumo do extrato do urucum, respaldado por universidades como a Unicamp, representa uma dessas inovações.
Ao unir tecnologia, natureza e pesquisa, ele se apresenta como uma alternativa segura e eficaz para quem busca proteger a saúde hepática e o equilíbrio metabólico de forma natural.
Referencias
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