A Netflix lançou recentemente uma série diferenciada, com a Gwyneth Paltrow e a sua equipe do Goop, uma sequência de episódios que exploram drogas psicodélicas, manipulação de energias, mediunidade e outras terapias alternativas.
Sendo bem polêmica, a série retrata em seis episódios, alguns temas que geram reflexões, e a meu ver, incentivam nós sairmos de uma zona de conforto e conhecer pesquisas e terapias que não são ditas tradicionais / convencionais.
A Goop é uma marca e empresa de bem-estar e estilo de vida fundada pela atriz Gwyneth Paltrow. A empresa tem o foco em promover o bem estar e o estilo de vida saudável, com uma quantidade significativa de artigos e produtos que fogem um pouco do senso comum. A série se desenvolve em parceria com a Goop (e seus funcionários) e a Netflix.
Basicamente os episódios contam com especialistas de métodos e terapêuticas alternativas, que além de explicarem como funciona seu método, submetem os funcionários da Goop a essas experiências – é puro empirismo, com todos suas vantagens e alguns questionamentos também, é claro.
O que muitos críticos destas terapias apontam é que elas são normalmente aplicadas em pequenos grupos e ainda não foram validadas cientificamente, ou seja, testadas em grandes populações, sob o crivo estatísticos.
Muitos dos métodos e terapêuticas abordados na série estão em fase inicial de avaliação, com isso, os membros do lab Goop, buscam ter transparência ao abordar pontos que podem ainda não ter respaldo científico.
Ficou curioso?!
Tenho certeza que você vai se surpreender com o desenvolvimento dos temas, e somente assistindo pra ter uma opinião.
Mas vamos lá dar nossa opinião sobre a Goop Lab, sem nenhum spoiler (ou quase nada de spoiler)!
Com a ajuda de médicos, pesquisadores e profissionais de medicina alternativa são avaliados as práticas e apresentados de forma superficial.
E digo superficial, porque para muitos especialistas, toda informação apresentada para a população geral, é necessário ter estudos aprofundados e comprovações científicas, para comunicar de forma clara e embasada, não induzindo as pessoas em terapias que podem prejudicar a própria saúde.
Mas ainda considero a série relevante, inclusive, todo episódio é precedido por um aviso de isenção de responsabilidade que diz: “A série a seguir foi criada para entreter e informar – e não fornecer aconselhamento médico”.
Em cada meia hora a série se concentra em um tópico diferente, apresenta uma entrevista com especialistas sobre o assunto abordado e segue de forma prática, com o estudo sendo aplicado com os funcionários da Goop, com a instrução de treinadores.
Terapia psicodélica: Buscando a cura
No primeiro episódio vários membros da equipe Goop são enviados para uma ilha na Jamaica para tomar cogumelos mágicos na presença de guias, que os ajudam em suas experiências psicodélicas como uma maneira de acessar e gerenciar traumas, ansiedade ou quadros depressivos.
Parecido com nosso brasileiro (e amazônico) Chá do Santo Daime, no qual, através do entorpecimento busca-se o alcance do divino e da cura das angústias terrenas.
O método Wim Hof: Poderes do frio
O segundo episódio de Goop Lab traz um figuraça chamado Wim Hof, que inclusive já participou de uma reportagem no Esporte Espetacular da Globo, conduzida pelo jornalista Clayton Conservani.
Talvez Wim Hof foi o especialista da série The Goop Lab que mais se submeteu a estudos por pesquisadores para entender como o frio não causa nenhum dano ao seu organismo, ao contrário – é através do frio, de técnicas de meditação e respiração que Wim Hof e seus seguidores conseguem aliviar o estresse, alcançar performance esportiva máxima e inclusive tratar doenças que não evoluíam com a medicina tradicional.
Wim Hof pode ser encarado como um guru carismático, que conduz seus alunos a métodos tradicionais de ioga de respiração profunda e meditação, combinados com terapia a frio. Ele é conhecido como o “homem do gelo” (Iceman) e por ter estabelecido recordes mundiais por suportar temperaturas geladas, o que o levou a agrupar suas técnicas de treinamento corporal, chamada de “Método Wim Hof”.
Mulher e aceitação do seu corpo: O prazer é nosso
Já o terceiro episódio, por exemplo, com a educadora sexual Betty Dodson, propõe uma melhora na qualidade de vida das mulheres por meio de conversas que buscam conscientizar a aceitação do órgão sexual, entendendo que cada mulher tem as suas particularidades.
Detalhe, esta educadora sexual começou a falar sobre vaginas, vulvas e aceitação do seu corpo na década de 70.
Entendo que aqui não houve politização sobre a questão do feminismo, mais do que isso, é a mulher entender seu corpo para viver melhor.
Quantos anos você têm? Por dentro…
O quarto episódio do Goop Lab é talvez o mais próximo do que temos próximo do que vemos através da medicina integrativa, nutrologia, pois aborda nutrição e testes para determinar a idade biológica da pessoa.
Através de mudanças na nutrição, realiza-se testes da idade biológica, antes e depois das alterações. Das 3 participantes do estudo, uma adotou a dieta no estilo mediterrâneo (uma das dietas que mais possuem estudos científicos), outra participante adotou a dieta vegana e Paltrow adotou jejum intermitente e se alimentou com kit de autoria do Dr. Valter Longo – médico cientista da Universidade do Sul da Califórnia (USC).
O fato é que tanto empiricamente, quanto cientificamente sabemos que se alimentar de forma mais saudável e por esse saudável vamos considerar alimentos menos processados / industrializados, temos de fato melhorias na saúde e qualidade de vida (podemos inclusive melhorar nossa idade biológica, ou seja, ficar mais jovens!).
Independentemente de qual dieta você escolher, reduzir alimentos processados, açúcar e gordura saturada provavelmente será bom para sua saúde.
Ainda no quarto episódio, Gwyneth Paltrow se submete a um tratamento facial que aplica seu próprio plasma sanguíneo em seu rosto. É uma mistura de microagulhamento + auto-hemoterapia, a terapia que faz a extração de sangue venoso de uma pessoa, e sua reinjeção na mesma pessoa, por via intramuscular.
Neste tratamento estético, popularizado por Kim Kardashian, há a retirada de sangue do corpo, centrifugação do sangue para separação do plasma e aplicação deste plasma no rosto da pessoa, através de pequenas agulhas.
A idéia é que o plasma rico em plaquetas (PRP) contenha proteínas e nutrientes que promovam a renovação celular e o crescimento de colágeno. Além disso, injetando-o em centenas de pequenos orifícios na pele, o PRP pode penetrar em camadas mais profundas da pele, fazendo com que, teoricamente, você pareça mais jovem.
Cura energética
Neste episódio há o conceito de “cura energética”, no qual John Amaral, busca ajustar as energias das pessoas, numa prática que combina também técnicas de quiropraxia / massagens.
Impossível não fazer um paralelo com o reiki, pois o objetivo é o mesmo promover a cura do corpo e da alma através da técnica da imposição de mãos.
Como anda sua intuição?
No último episódio de Goop Lab traz umamédium que faz leituras nos membros da equipe da Goop, contando detalhes sobre seus entes queridos que haviam falecido.
Por fim, a medium Laura Lynn Jackson realiza exercícios em grupo com a equipe de Paltrow para ensiná-los a acessar sua própria energia psíquica.
Veja The Goop Lab e tire suas conclusões!
Charlatanismo x Honestidade
Placebo x Eficaz
Desprezível x Impactante
Tire suas conclusões. Mas na minha opinião qualquer coisa que te faça bem, você deve seguir com ela.
Estamos no século 21, com evolução histórica incrível de tecnologias e da ciência. E apesar de tudo isso, de acharmos que poderíamos saber de tudo (ou quase tudo), de dominar a natureza – surge um “viruzinho”, o coronavírus (uma das estruturas mais simples existentes na natureza) e acontece esse reboliço no mundo.
Voltando para a série: “abra sua mente” – talvez esta seja a maior conquista do The Goop Lab e sua capacidade de demonstrar que existem conteúdos que vão além dos padrões estabelecidos pela medicina e terapias convencionais.
E você já viu The Goop Lab? O que achou? Comenta aqui embaixo.
Até a próxima!
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