Neste artigo vamos conversar sobre a história dos primeiros suplementos de enzima DAO no mercado, sua introdução no mercado brasileiro, as marcas atualmente disponíveis para nós. Antes disso, faremos uma pequena explanação sobre histamina, exames laboratoriais e os sintomas que podem ocorrer devido à falta de diamina oxidase no organismo.
O que é histamina?
A histamina é uma substância química produzida naturalmente pelo corpo humano, que atua como um mediador biológico em diversos processos. Ela é armazenada principalmente em células chamadas mastócitos e basófilos e liberada em resposta a estímulos específicos.
Funções principais da histamina no organismo:
- Resposta alérgica e inflamatória: participa de reações de defesa, causando sintomas como coceira, vermelhidão, coriza e inchaço.
- Regulação do estômago: estimula a produção de ácido gástrico, auxiliando na digestão.
- Neurotransmissor: atua no sistema nervoso central, regulando sono, apetite e vigília.
- Contração de músculos lisos: influencia processos respiratórios, intestinais e vasculares.
A histamina não necessariamente é a “vilão”, na verdade ela é muito importante para sinalizar vários processos em nosso corpo. O problema ocorre quando há quantidades intensas da histamina, sem a devida degradação pela enzima DAO.
Exames laboratoriais de DAO e intolerância à histamina
Diagnosticar intolerância à histamina não é tarefa das mais fáceis. O diagnóstico é clínico, através de uma boa anamnese. Os exames na maioria das vezes são complementares ao diagnóstico para descobrir outros gatilhos como a síndrome de ativação mastocitária (SAM) ou alergias alimentares que podem acarretar aumento da histamina no corpo.
Dentre os exames complementares temos:
- Painel genético da Histamina;
- Capacidade da degradação da histamina pela DAO;
- Histamina sérica;
- Histamina fecal;
- Coprológico funcional;
- Triptase;
- Marcadores alérgicos IgE;
- Exames salivares de estrogênio e progesterona;
- Curva salivar de cortisol.
O único exame que confirma a intolerância à histamina é o painel genético, os demais ajudam no diagnóstico complementar. (fonte: Dra Larissa Malandrino).
Então, o diagnóstico de intolerância à histamina costuma ser confirmado pela combinação de exames laboratoriais, avaliação clínica detalhada e resposta a uma dieta pobre em histamina.
Quando a histamina é um problema:
Em pessoas com intolerância à histamina ou baixa atividade da enzima DAO (Diamina Oxidase), ocorre um acúmulo excessivo de histamina no corpo, gerando sintomas como:
- dor de cabeça ou enxaqueca;
- vermelhidão na pele e coceira;
- congestão nasal;
- diarreia e cólicas;
- palpitações e pressão arterial baixa.
Resumindo: a histamina é essencial para o corpo, mas quando está em excesso, pode causar desconfortos e até doenças relacionadas à sua má degradação.
Sob essa ótica, nos últimos anos, a intolerância à histamina tem recebido cada vez mais atenção, principalmente entre pessoas que sofrem com sintomas como enxaquecas, alergias de repetição, desconfortos gastrointestinais e vermelhidão após certas refeições.
Uma das protagonistas dessa história é a suplementação da enzima DAO (diamine oxidase). Mas você sabia que os suplementos de DAO são bem recentes? Vamos entender como tudo começou e as opções atuais no mercado brasileiro.
O papel da DAO no organismo
A enzima DAO é naturalmente produzida no nosso intestino e tem uma função essencial: degradar o excesso de histamina proveniente dos alimentos.
Quando a produção ou a atividade dessa enzima está reduzida – seja por fatores genéticos, problemas intestinais ou até pelo uso de certos medicamentos – a histamina pode se acumular no corpo, desencadeando uma série de sintomas.
Durante muito tempo, esses quadros eram confundidos com alergias, síndrome do intestino irritável ou até enxaquecas sem causa aparente.
O início dos suplementos de DAO
Foi apenas nos anos 2000 que pesquisas médicas começaram a demonstrar a relação entre a deficiência de DAO e a intolerância à histamina. A partir daí surgiu a ideia de oferecer a enzima como suplemento.
Os primeiros extratos de DAO foram produzidos a partir de tecido animal, principalmente do rim de porco, que é naturalmente rico nessa enzima. Entre 2007 e 2010, empresas na Espanha, Alemanha e Áustria lançaram os primeiros suplementos disponíveis no mercado europeu, como o DAOfood® e o Histame®.
Avanço e consolidação
Estudos clínicos publicados a partir de 2010 confirmaram que a suplementação de DAO poderia ajudar a reduzir sintomas como enxaquecas, urticária, distúrbios gastrointestinais e rubor facial em pessoas sensíveis à histamina.
Apesar dos resultados promissores, o desenvolvimento não foi simples. A enzima DAO é delicada e instável fora do corpo humano, o que exigiu técnicas específicas de extração, purificação e encapsulamento para garantir sua eficácia.
Atualmente, além dos suplementos de origem animal, pesquisas buscam produzir versões de DAO veganas (obtidas através de raízes de leguminosas, sem uso de tecidos animais), ampliando as possibilidades para pacientes e profissionais da saúde.
Enzimas DAO no Mercado Brasileiro
Com o aumento da conscientização sobre a importância da enzima DAO, o mercado brasileiro passou a disponibilizar diferentes versões e fornecedores desse nutriente essencial. Se antes os produtos estavam acessíveis apenas por meio de importação, hoje já é possível encontrar alternativas no mercado nacional, com custos mais acessíveis e mantendo o padrão de qualidade dos principais laboratórios internacionais.
Breve Histórico da DAO no Brasil
Até por volta de 2020, o mercado brasileiro de enzimas DAO era dominado quase exclusivamente por produtos importados, o que tornava o acesso difícil e oneroso para grande parte dos pacientes que necessitam desse suplemento no tratamento da intolerância à histamina.
A partir de então, algumas empresas passaram a realizar importações em maior escala e a distribuição desses ativos, viabilizando a oferta desses produtos de forma mais acessível e estruturada no mercado nacional.
Podemos destacar o NaturDAO®, enzima DAO de origem espanhola, lançada em 2014. Produzida a partir de leguminosas orgânicas, consolidou-se como uma das opções mais conhecidas e valorizadas entre os consumidores brasileiros. Contudo, seu preço elevado acabou restringindo o acesso a grande parte do público.
Atualmente, o mercado nacional já oferece alternativas igualmente eficazes – em alguns casos até superiores – com valores significativamente mais acessíveis. O fornecimento de enzimas DAO é uma exclusividade encontrada nas melhores farmácias de manipulação do país. Talvez por ser um assunto muito novo, a indústria farmacêutica não se interessou em lançar um produto de prateleira.
2023 – A chegada da AdiDAO® pela Lemma
Em 2023, a empresa Lemma introduziu no mercado brasileiro o suplemento AdiDAO® , um produto desenvolvido na Espanha. Esse foi um marco importante, pois até então pacientes com intolerância à histamina dependiam quase exclusivamente de importações de suplementos.
2024 – AdiDAO passa à exclusividade da Infinity Pharma e nasce a NutroDAO
No ano seguinte, em 2024, a AdiDAO passou a ser comercializada com exclusividade pela Infinity Pharma, enquanto a Lemma lançou no mercado brasileiro uma nova opção de fornecimento da enzima DAO, produzida nos Estados Unidos: a NutroDAO®.
Essa movimentação ampliou o acesso dos consumidores a diferentes versões da enzima e gerou concorrência saudável no setor, beneficiando o paciente final com novas opções.
2025 – DAOgest da Galena
Em 2025, a Galena, uma das maiores fornecedoras de insumos farmacêuticos no Brasil, lançou a DAOgest®, também de origem espanhola. Embora a oferta do DAOgest nas farmácias brasileiras ainda seja bem limitada, esse lançamento consolidou ainda mais a presença de alternativas nacionais e manipuladas de DAO, fortalecendo o portfólio de farmácias de manipulação.
Qual enzima DAO é a “mais potente”?
Diferente de outros insumos farmacêuticos, que possuem dosagem em forma de peso – miligramas (mg) ou gramas (g), grande parte das enzimas são medidas pelo seu poder enzimático, ou seja, sua capacidade de acelerar reações químicas necessárias para a vida.
Todas as opções de enzima DAO disponíveis no mercado brasileiro (AdiDAO, NutroDAO e DAOgest) possuem o mesmo poder enzimático: 30.000 HDU (unidades de degradação de histamina) e devem ser manipuladas em cápsulas gastro-resistentes, para que a diamina oxidase chegue íntegra no intestino e se degrade na acidez do estômago.
Enquanto AdiDAO e DAOgest padronizam suas doses com 4,2 mg e 30.000 HDU de potência enzimática, a NutroDAO se destaca por oferecer a mesma performance enzimática de 30.000 HDU por dose, com uma formulação que pode variar levemente no peso para garantir máxima biodisponibilidade e eficiência na absorção.
DAO de origem animal x DAO de origem vegetal
Uma das principais diferenças entre os suplementos de DAO (Diamina Oxidase) disponíveis no mercado está na origem da enzima, fator que pode influenciar tanto a eficácia quanto a aceitação pelos consumidores.
DAO de origem animal (tradicional)
- Fonte: obtida principalmente a partir do rim de porco, sendo a forma mais tradicional e estudada.
- Eficácia: apresenta ampla comprovação científica em sua capacidade de degradar a histamina, sendo considerada o padrão de referência.
- Disponibilidade: é a base da maioria dos suplementos internacionais consagrados, com histórico de uso clínico mais robusto.
- Pontos de atenção: pode não ser adequada para pessoas com restrições alimentares de origem étnica, religiosa (como judeus e muçulmanos) ou médica (alergias a proteínas animais).
- Exemplo de produto: o NutroDAO é uma enzima
DAO de origem vegetal (alternativa mais recente)
- Fonte: geralmente produzida a partir de brotos de leguminosas (como ervilha e broto de feijão), utilizando processos de biotecnologia para concentrar a enzima.
- Aceitação: é uma opção mais inclusiva, especialmente para veganos, vegetarianos, pessoas que buscam suplementos sustentáveis ou mesmo pessoas que devido às questões religiosas não podem consumir alimentos de origem suína como mulçumanos e judeus.
- Eficácia: Embora sua eficácia seja comprovada através de estudos, ainda existe debate científico quanto a sua equivalência completa da atividade enzimática em comparação com a DAO animal. Algumas análises sugerem que a DAO vegetal pode ter menor estabilidade em determinadas condições digestivas, o que levanta questionamentos sobre a necessidade de dosagens maiores.
- Exemplo de produto: o AdiDAO VEG, amplamente comercializado, é um dos representantes mais conhecidos da categoria. No entanto, seu preço costuma ser elevado no Brasil devido ao câmbio, custos de importação e disponibilidade limitada.
Onde encontrar as Enzimas DAO de qualidade no brasil
No Brasil, os suplementos à base de enzima diamina oxidase (DAO) podem ser encontrados principalmente em farmácias de manipulação, que oferecem segurança, personalização e garantia de procedência dos ativos utilizados. Esses estabelecimentos se tornaram a principal alternativa para quem busca qualidade e confiança na hora de complementar o tratamento da intolerância à histamina.
Entre as opções disponíveis no mercado, a Farmácia Sempre Viva é hoje uma referência no mercado digital brasileiro, disponibilizando fórmulas reconhecidas e de alta eficácia. Em seu portfólio, destacam-se:
- NutroDAO: enzima desenvolvida para auxiliar de forma segura e efetiva na degradação da histamina, reduzindo sintomas relacionados à sua intolerância.
- AdiDAO Veg: versão de origem vegetal, ideal para quem segue uma alimentação vegana ou prefere opções sustentáveis, sem abrir mão da qualidade.
Com uma experiência consolidada em manipulação de suplementos e foco em soluções naturais, a Farmácia Sempre Viva reúne inovação, confiança e praticidade para quem busca suplementação DAO de qualidade no Brasil.
Confira mais detalhes no site: Farmácia Sempre Viva – Enzimas DAO
Fontes:
Panula P. (2021). Histamine receptors, agonists, and antagonists in health and disease. Handbook of clinical neurology, 180, 377–387. https://doi.org/10.1016/B978-0-12-820107-7.00023-9
Chung, B. Y., Park, S. Y., Byun, Y. S., Son, J. H., Choi, Y. W., Cho, Y. S., Kim, H. O., & Park, C. W. (2017). Effect of Different Cooking Methods on Histamine Levels in Selected Foods. Annals of dermatology, 29(6), 706–714. https://doi.org/10.5021/ad.2017.29.6.706
Jochum C. (2024). Histamine Intolerance: Symptoms, Diagnosis, and Beyond. Nutrients, 16(8), 1219. https://doi.org/10.3390/nu16081219
Lim, H. D., van Rijn, R. M., Ling, P., Bakker, R. A., Thurmond, R. L., & Leurs, R. (2005). Evaluation of histamine H1-, H2-, and H3-receptor ligands at the human histamine H4 receptor: identification of 4-methylhistamine as the first potent and selective H4 receptor agonist. The Journal of pharmacology and experimental therapeutics, 314(3), 1310–1321. https://doi.org/10.1124/jpet.105.087965
Sánchez-Pérez, S., Comas-Basté, O., Veciana-Nogués, M. T., Latorre-Moratalla, M. L., & Vidal-Carou, M. C. (2021). Low-Histamine Diets: Is the Exclusion of Foods Justified by Their Histamine Content?. Nutrients, 13(5), 1395. https://doi.org/10.3390/nu13051395
Lieberman P. (2011). The basics of histamine biology. Annals of allergy, asthma & immunology : official publication of the American College of Allergy, Asthma, & Immunology, 106(2 Suppl), S2–S5. https://doi.org/10.1016/j.anai.2010.08.005
