A Nogueira Negra (Juglans nigra), popularmente chamada de Noz Preta, é uma árvore originária da América do Norte e amplamente reconhecida tanto pelo seu valor nutricional quanto pelas suas propriedades medicinais.
Na fitoterapia tradicional, sua casca verde é usada há séculos como um dos mais eficazes “remédios” naturais para combater vermes e parasitas intestinais. Além disso, estudos recentes comprovam seus efeitos antimicrobianos, antifúngicos, antioxidantes e anti-inflamatórios, tornando-a uma planta de grande interesse farmacológico.
Composição Fitoquímica da Juglans nigra
Os benefícios terapêuticos da Noz Preta estão ligados aos seus compostos bioativos:
- Juglona (5-hidroxi-1,4-naftoquinona) → responsável pela ação antiparasitária, antifúngica e antibacteriana.
- Polifenóis e flavonoides → poder antioxidante, combatendo radicais livres e prevenindo danos celulares.
- Glansreginina A → bioativo caracterizado recentemente com efeito anti-inflamatório e regulador do metabolismo.
- Taninos → promovem ação adstringente e cicatrizante.
- Óleos essenciais → possuem efeito antimicrobiano e até inseticida.
Esses constituintes conferem à Nogueira Negra um amplo espectro de aplicações terapêuticas.
Ação Antiparasitária e Vermífuga
A propriedade mais conhecida da Noz Preta é sua ação antiparasitária. Isso se deve, principalmente, à presença da juglona, que age de diferentes formas:
- Toxicidade direta: a juglona gera estresse oxidativo nos parasitas, levando à morte celular.
- Alteração do ambiente intestinal: cria um meio hostil que dificulta a sobrevivência e proliferação dos parasitas.
- Efeito adstringente dos taninos: reduz a fixação de vermes na mucosa intestinal.
- Estímulo do peristaltismo: auxilia a expulsão de parasitas mortos ou enfraquecidos.
Parasitas mais sensíveis à Juglans nigra
- Helmintos intestinais: Ascaris lumbricoides (lombriga), Enterobius vermicularis (oxiúros), Trichuris trichiura.
- Protozoários: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica.
- Fungos oportunistas: Candida albicans e outros.
- Estudos experimentais indicam que o extrato das folhas e da casca verde possui efeitos significativos contra parasitoses intestinais, justificando seu uso tradicional.
Outros Benefícios Terapêuticos
Além da ação antiparasitária, a Noz Preta oferece outros potenciais relevantes:
- Antioxidante e antiproliferativa: polifenóis da planta apresentam atividade na prevenção de danos oxidativos e proliferação celular anormal.
- Antiinflamatória e imunomoduladora: compostos como a glansreginina A auxiliam no equilíbrio da resposta imune.
- Antimicrobiana: óleos essenciais têm efeito bactericida e antifúngico.
- Dermatológica: uso tópico em feridas, eczemas, psoríase e micoses cutâneas.
Formas de Uso Tradicional
- Tintura da casca verde da noz→ mais utilizada como vermífugo natural.
- Infusão de folhas → para efeito adstringente e antioxidante.
- Extratos padronizados (cápsulas ou soluções) → uso interno.
- Uso tópico → em pomadas e banhos para micoses e lesões cutâneas.
Atenção:
A verdadeira Nogueira Negra (Juglans nigra) é uma árvore nativa da América do Norte, e sua presença no mercado brasileiro ocorre exclusivamente por meio de importação.
É importante ter atenção: produtos com preços muito abaixo do praticado podem indicar falsificação ou utilização de partes menos eficazes da planta, como as folhas, em vez da casca verde da noz, que é a principal responsável pelas propriedades antiparasitárias. Isso compromete significativamente a qualidade e os resultados do fitoterápico.
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Dosagem e Segurança
Tintura:
. Diluir 15 gotas da tintura em um pouco de água e tomar 3 vezes ao dia: pela manhã em jejum, antes do almoço e antes do jantar, durante 15 dias.
. Fazer uma pausa de 3 dias.
. Em seguida, retomar o uso com 20 gotas, nas mesmas condições (em jejum, antes do almoço e antes do jantar), por mais 15 dias.
Atenção:
- Contraindicado para gestantes, lactantes e crianças pequenas.
- Doses excessivas podem ser tóxicas ao fígado e rins e causar alergias na pele.
- Pessoas com alergia a nozes devem evitar o consumo.
Evidências Científicas Recentes
- Ho et al. (2023) → identificaram e caracterizaram a glansreginina A, um composto bioativo que potencializa o uso terapêutico da espécie.
- Osztie et al. (2024) → destacaram a atividade antiproliferativa dos polifenóis, relevante para saúde celular e defesa contra microrganismos.
- Paudel et al. (2013) → compararam os óleos essenciais de Juglans regia e Juglans nigra, confirmando a ação antimicrobiana.
Conclusão
A Nogueira Negra (Juglans nigra) é um fitoterápico poderoso, tradicionalmente usado como vermífugo natural e cada vez mais validado pela ciência por sua ação antiparasitária, antioxidante, antimicrobiana e anti-inflamatória.
Seu uso consciente e supervisionado pode ser uma alternativa eficaz e natural no cuidado da saúde intestinal e no fortalecimento do organismo.
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Referências
- Ho, K. V., Hsieh, H. Y., Roy, A., Foote, S., McDonald, P., Coggeshall, M. V., Ito, H., Lei, Z., Sumner, L. W., Stewart, G. C., & Lin, C. H. (2023). Quantification and characterization of biological activities of glansreginin A in black walnuts (Juglans nigra). Scientific Reports, 13(1), 18860. https://doi.org/10.1038/s41598-023-46134-8
- Osztie, R., Czeglédi, T., Ross, S., Stipsicz, B., Kalydi, E., Béni, S., Boldizsár, I., Riethmüller, E., Bősze, S. E., & Alberti, Á. (2024). Comprehensive Characterization of Phytochemical Composition, Membrane Permeability, and Antiproliferative Activity of Juglans nigra Polyphenols. International Journal of Molecular Sciences, 25(13), 6930. https://doi.org/10.3390/ijms25136930
- Paudel, P., Satyal, P., Dosoky, N. S., Maharjan, S., & Setzer, W. N. (2013). Juglans regia and J. nigra, two trees important in traditional medicine: A comparison of leaf essential oil compositions and biological activities. Natural Product Communications, 8(10), 1481–1486.
- Rajković, K. M., Đurašević, M., Markićević, M., Milanović, Z., Vranješ-Đurić, S., Janković, D., Stanković, D., & Obradović, Z. (2024). Optimization of radioprotective dose of Juglans nigra leaf extract using response surface methodology. Journal of Environmental Radioactivity, 272, 107333. https://doi.org/10.1016/j.jenvrad.2023.107333
